terça-feira, 10 de agosto de 2010

A INCLUSÃO DO ALUNO NO CONTEXTO ESCOLAR

A INCLUSÃO DO ALUNO NO CONTEXTO ESCOLAR

NOME: Marcos Roberto Gomes



Educar na Diversidade ( A Inclusão no Contexto Escolar)

De acordo com o Mini Aurélio Século XXI, a palavra ensinar possui vários conceitos, dentre os quais destaco um; “transmitir conhecimentos”.
Quando perguntamos, se a escola tem cumprido sua obrigação de ensinar a resposta é obvia; sim. Toda escola ensina algo a seus alunos. A pergunta mais coerente deveria ser; o que a escola tem ensinado para seus alunos?
Quando a oração de Drummond nos fala; ”Eu também queria uma escola que ensinasse a conviver, a cooperar, a respeitar, a esperar, a saber viver em comunidade, em união”. Percebemos que essa súplica não é apenas do poeta, mas da sociedade em geral. É claro que esse papel não cabe apenas a escola realizá-lo, no entanto, ela precisa propiciar meios que facilitem a seus alunos, o acesso e a pratica dessas virtudes que são fundamentais no processo de desenvolvimento do cidadão e consequentemente de toda sociedade.
Para tal, cabe aos professores, e comunidade escolar em geral; repensar o Currículo da escola, e se preciso for, refazê-lo por completo. Mas não apenas refazê-lo, e sim principalmente, colocá-lo em pratica. Pois não se conhece uma escola apenas pelo que está escrito no papel, mas também, pelo que realmente ela é nas entre linhas do seu cotidiano.
Outra questão que não pode ficar apenas no papel, é a inclusão de pessoas com necessidades especiais nas escolas regulares. Levando em consideração que esta já está assegurada por lei, as escolas precisam preparar-se para tal desafio. Apenas a garantia de vaga não é o suficiente. Inclusão é mais que isso. Ela requer quebra de paradigmas, transformações profundas, adaptações, respeito, afeto ela valoriza a individualidade, sendo assim, valoriza as diferenças.
A escola não é um lugar de pessoas homogêneas, cada um tem suas particularidades e diferenças. Nesse sentido, ela tem muito a oferecer não apenas aos portadores de necessidades especiais, mas a toda sua clientela. Afinal aprendemos com o diferente, com o pensamento divergente, com a integração, com as alegrias, tristezas, com a vida, com a interação com o outro.
Quando refletimos nas diferenças, percebemos que sem respeitá-las será praticamente impossível conviver-nos com elas. Dessa forma, precisamos avaliar nossas ações e concepções acerca desse assunto. Uma maneira de se ter nova visão sobre os fatos, maneira esta fundamental, portanto, indispensável, é a formação continuada, que só tem a contribuir não apenas para a formação do professor, mas também para toda escola e porque não dizer para toda sociedade, pois esta aprendizagem refletirá não só na escola, mas também no meio.
A busca de informações e capacitações precisam fazer parte da vida tanto de professores quanto de coordenadores, diretores, secretários, enfim, de toda comunidade escolar, pois como poderemos avaliar situações se só temos uma maneira de ver as coisas.
Na inclusão, a escola precisa ser transformada. Apesar das mudanças que precisam ser feitas na parte física como; rampas, corre mão, banheiros, bebedouros e outros, também se faz necessário mudança de pensamento. Essa mudança de pensamento preferencialmente necessita começar pelo corpo docente da escola. É preciso debater sempre o assunto, para sanar dúvidas e ainda, pesquisar, buscar informações, conversar com outros especialistas sobre o tema é preciso que haja uma interdisciplinaridade de fato, pois não existe inclusão sem união, sem relação, sem pontos de vista diferentes sobre um mesmo assunto. Portanto, é preciso quebrar paradigmas, sem esta ruptura de conceitos e isolamento auto-suficientes a inclusão não existe ou só existirá no papel.
Nos últimos anos, o governo investiu muito em propagandas dizendo não ao preconceito, apesar de tanto, ainda existe grande parte da população com visões destorcidas sobre o caso, elas acham que lugar de deficiente não é na escola. Na verdade, elas precisam entender que, independente das deficiências, todos somos capazes de aprender e realizar várias tarefas, também podemos não ser incapazes de realizar outras. É o caso de alguns cegos que conseguem caminhar pela cidade somente com o uso de uma bengala , isso é incrível, eles são portadores de habilidades impressionantes, conheço muitos que tocam violão, teclado, bateria, cantam, dançam, trabalham, identificam uma pessoa por meio do Tato, cheiro, utilizam computadores e outros, coisas que muitos de nós ditos “Perfeitos” não sabemos fazer. Porém, isso não nos faz piores e nem melhores do que ninguém. Somos diferentes, iguais a todo mundo. Conclui-se que: “O pior cego é aquele que não quer ver”.

PARTE II

Para o seguimento da segunda parte desse trabalho, precisamos entender o que são necessidades Educacionais Especiais. A expressão “Necessidades Educacionais Especiais” refere-as a todas as pessoas cuja necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem e têm, portanto, necessidades educativas especiais em algum momento de sua escolarização. Dessa feita, acredita-se que grande parte das pessoas ditas “normais” já se encontraram em algum momento da vida com necessidades educacionais especiais.
Certa vez na escola, quando ainda cursava o Ensino Médio, tive muita dificuldade em aprender Matrizes (um conteúdo de matemática), o professor me ensinou por várias vezes, mas em todas as tentativas não obtive sucesso. Aquele conteúdo não fazia sentido algum para mim. Fiquei muito preocupado! Logo eu que sempre gostei de matemática e até então ainda não tinha tido dificuldades com tais conteúdos.
Na semana seguinte desse acontecido o professor titular precisou faltar a aula e foi substituído por outro. Lembro-me ainda hoje o nome da professora, Valdeíra era o seu nome. O que chama atenção é que não me lembro do nome do professor titular, mas lembro-me o nome da substituta. Em duas aulas que tivemos, ela explicou o conteúdo de forma diferenciada, dando exemplos de sua utilização e outras maneiras de resolvê-los. Voltei ficar feliz novamente, aprendi e, tirei a melhor nota da sala na prova que fizemos com o professor titular. É claro que o meu interesse em aprender o conteúdo contou no resultado, porém, acredito se não fosse a professora “Valdeíra” explicar o conteúdo de maneira diferenciada, o resultado poderia ter sido outro.
Dentro desse assunto sobre dificuldades de aprendizagem, destaca-se a deficiência mental. A inclusão dos deficientes mentais nas escolas regulares, é garantida por lei e já é uma realidade no Brasil. Porém, como dito anteriormente, não basta apenas “incluir”. É preciso, que haja um currículo adaptado. Por meio deste, o aluno deficiente mental, pode certamente concluir a 8ª série. Para tanto, sem um currículo diferenciado tal acontecimento é praticamente impossível, pois, não se pode comparar o desenvolvimento de pessoas com deficiência mental com uma outra que não possui comprometimento, que se encontra dentro dos padrões tidos como “normais”

A deficiência mental caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente as demandas da sociedade. ( BRASIL, 1994, p.15)

Partindo da visão de que todas as pessoas podem aprender, e que aprendemos na interação com o outro. A inclusão é fundamental nesse processo. Pois possibilita esse acontecimento. O Currículo precisa valorizar as diferenças, e consequentemente as diferentes maneiras de se aprender. Aprender algo para mim pode ser diferente para outro. Por outro lado, o que já aprendi anteriormente o outro pode ainda não tê-lo feito e vice versa. Cada pessoa tem ritmos de aprendizagem diferente, justamente por serem diferentes e o que é conhecimento e importante para uma cultura pode não ser para outra.
Criar um ambiente em que as pessoas se sintam a vontade para expressarem suas idéias e busquem o conhecimento, espaço este onde há a afetividade o respeito, e se valoriza o conhecimento prévio do aluno com o intuito de disponibilizar recursos e condições para seu avanço, é possível. A escola é o lugar ideal para tal acontecimento.
No caso dos deficientes mentais, visuais, físicos, auditivos deficiências múltiplas e outros. Além da inclusão destes na escola regular, necessário se faz a figura do professor de apoio em sala de aula, que auxiliará o professor titular nas atividades a serem desenvolvidas, seja como intérprete no caso dos surdos, ou com atividades diferenciadas e ou adaptadas em outros casos. As salas de informatização também precisam ser adaptadas, principalmente para deficientes mentais e cegos, pois não se pode excluir ninguém de ter acesso a nenhum tipo de informação ou tecnologia. Inclusão é para todos, além de profissionais preparados, necessário se faz ainda, adequações nas estruturas escolares e ainda recursos tecnológicos e pedagógicos em muitas escolas, e por que não dizer na maioria delas .
Sou a favor da inclusão de portadores de necessidades especiais na escola regular, desde que ela seja realmente uma escola inclusiva, pois, somente dessa forma a experiência será benéfica para o incluso.
A História dos deficientes mentais passou por vários caminhos, mas foi a partir do Século XX que se ocorre uma compreensão melhor o deficiente mental e algumas das suas características.
A característica do retardo mental é quando uma pessoa tem um “funcionamento intelectual significativamente inferior à média, e ainda alguns acompanhados de limitações nas seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança”. Por tanto, Deficiência Mental é um estado em que existe uma limitação funcional em qualquer área do funcionamento humano, considerada abaixo da média geral das pessoas pelo sistema social em que se insere a pessoa. Para serem conhecidas às necessidades dos deficientes é necessário que haja avaliações neurológicas, psiquiátricas, sociais e clinicas e nunca numa única abordagem de diagnóstico, ou seja, e necessário juntar os diagnóstico para se ter uma definição mais consistente das limitações preexistentes.
De acordo com especialistas, existem classificações que determinam a intensidade dos apoios que tais deficientes necessitarão para o convívio social. São eles: Intermitentes, Limitado, Extenso e Generalizado.
Intermitente, é o tipo de apoio que não acontece em todo tempo, apenas quando necessário. Determinados momentos da vida podem contribuir para tal, como per exemplo, na perda de um emprego ou até mesmo na fase aguda de uma doença.
O Limitado, é o apoio mais intensivo e limitado. Com durações mais continuas, como por exemplo, o treinamento do deficiente para o trabalho por um tempo limitado ou apoios transitória durante o período da escola, a instituição e a vida adulta.
Já o Extenso, trata-se de um apoio caraterizado pela regularidade, nesse caso existem limitações temporal para o apoio, que normalmente se dá a longo prazo.
E por fim o Generalizado, que é compreendido por um apoio constante e intenso.
Existem ainda causas e fatores de riscos que podem levar a Deficiência Mental. As causas pré-natais podem interferir no trabalho de parto, os fatores e causas perinatais que incidirão do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê e as causas pós-natais que incidirão do 30º dia de vida até o final da adolescência que podem ser causadas por desnutrição e outros.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Outro tipo de Deficiência em evidência na sociedade é a auditiva (também conhecida como hipoacústica ou surdez) é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças como viroses ou até mesmo por ingestão de medicamentos ototóxicos (que lesam o nevo auditivo) durante a gravidez.
Existem ainda hoje em dia, pessoas que confundem deficiência auditiva com deficiência mental, este mito esta sendo desfeito por meio dos avanços científicos que já consegue entender algumas causas da patologia em questão.
As causas pré-natais ocorrem quando a criança adquire a surdes através da mãe, no período de gestação, por algum tipo de desordem genética, hereditárias e outros.
No que diz respeito às causas perinatais, a criança fica surda, porque surgem problemas no parto, prematuridade, pós-maturidade, fórceps e outros.
Já as questões causas pós-natais é quando a criança fica surda, obviamente porque surgem problemas após o seu nascimento por meio de outras patologias ou traumas.
Existem dois meios de prevenção para esse tipo de deficiência, que são as prevenções primárias que tais como campanha de vacinação, exames pré-nupciais, palestras e outros. E a secundaria que são realizadas tanto como na área da saúde, como da educação.
Com base nas pesquisas, há pessoas parcialmente surdas, que são os casos de surdez leve que não consegue escutar se for muito baixinho ou palavras ditas de longe, perfeitamente. E os casos de surdez severa que são pessoas que escutam ruídos ou sons quando fortes. E ainda a surdez profunda que são aqueles que apresentam perdas auditivas entre setenta e noventa decibéis. Vale ressaltar que, quanto maior a perda auditiva, maiores são os problemas linguísticos, ou seja, da fala, nesses casos ao individuo, ou seja, o aluno precisará receber atendimento especializado.
A deficiência visual pode ser diagnosticada por cegueira e baixa visão. A cegueira seria a falta total da visão. Enquanto que, abaixa visão pode ser representada desde a capacidade de indicar projeção de luz até a redução da acuidade visual ao grau que exige atendimento especializado. As doença ou trauma na estrutura e funcionamento do sistema visual pode provocar no indivíduo a incapacidade de "ver" ou de "ver bem", acarretando limitações ou impedimentos quanto à aquisição de conceitos, acesso direto à palavra escrita, A criança deficiente visual é aquela que difere da média a tal ponto que irá necessitar de professores especializados, adaptações curriculares e ou materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de desenvolvimento proporcional às suas capacidades.
Ela ocorre independentemente do sexo ou qualquer outra condição específica. Pode acontecer repentinamente ou gradativamente, sem que a pessoa perceba. Pode ser percebido que esta deficiência afeta não apena o individuo, mas também a família, amigos, escola e sociedade em geral. Porém, quando diagnosticada precocemente pode ser sanadas algumas das limitações próprias da cegueira. Vale ressaltar ainda que perda da visão, não significa o fim da vida independente da pessoa.
O bebê com deficiência visual nos primeiros meses de vida quase não se movimenta, por isso deverá ter uma estimulação precoce utilizando objetos com pistas sonoras (sons agradáveis) e seus pais deverão ser orientados para colocar o bebê em diferentes posições para que possa viver a experimentação das várias posições corporais e desenvolver sua movimentação.
Já a cegueira ou baixa visão, acontecem devido a sequelas de doenças, acidentes de trabalho ou não. Pessoas com baixa visão precisam de atendimento e tratamento adequado, tendo como objetivo reintegrar o deficiente ao lar, escolas, trabalho e comunidade em geral.
Para tentar sanar as dificuldades de leitura dos deficientes visuais, hoje em dia já existem vários livros escritos em Braille, (O sistema Braille é um alfabeto convencional cujos caracteres se indicam por pontos em relevo, o deficiente visual distingue por meio do tato). Há ainda, jogos, sintetizadores de voz, softwares e várias outras tecnologias que auxiliam na integração e no acesso a informação do cego.

Deficiência Física E Paralisia Cerebral
Deficiência Física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema Ósteo-articular , o sistema muscular e o sistema nervoso.
Há vários tipos de lesão que podem comprometer a motricidade e diversas causas que podem originar a deficiência física. Os fatores de risco são vários, destaca-se a violência urbana, uso de drogas, acidente de trabalho, sedentarismo, tabagismo dentre outros.
Para se realizar identificação de problemas desta natureza e se obter um diagnóstico correto, é preciso que se façam exames como, Barositometria, Ergoespirometria, Avaliação Clínica Fisiátrica, potencial evocado, teste de Propriocepção e outros.
Na maioria dos casos, não é difícil identificar uma pessoa com deficiência física, pois esta possui caraterísticas individuais e são diferentes em alguns aspectos. Alguns podem ter algum tipo de paralisia ou limitação do aparelho locomotor, amputação. As que mais se destacam são Acidentes Vascular Cerebral, Amputações, Paralisia Cerebral, Lesões Medular, Maformações Congênitas e Poliomielite.
As causas para essas patologias são varias, mas em sua grande maioria ocorre antes ou poucos anos após o nascimento. Antes do nascimento podem ocorrer por infecções como Rubéola, Sífilis, Listeriose, AIDS, uso de drogas, Tabagismo e outros. Já após o parto podem ser motivados por, traumas na cabeça, meningites, convulsões, desnutrição, hidrocefalia, falta de oxigênio no cérebro e outros.
A deficiência física engloba vários tipos de limitação motora e as principais são, Paraplegia que é a paralisia total ou parcial da metade inferior do corpo, comprometendo as funções das pernas. A Tetraplegia que se define como paralisia total ou parcial do corpo, comprometendo as funções dos braços e pernas. E a Paralisia Cerebral, termo amplo para designar um grupo de limitações psicomotoras resultantes de uma lesão do sistema nervoso central.
A escolaridade do aluno com deficiência física também acontece na classe comum, das redes públicas e particulares de ensino com ou sem o apoio do professor especializado, em centros de atendimento especializado e escolas especiais para deficientes físicos.

CONDUTAS TÍPICAS / AUTISMO, SÍNDROME DE DOWN, TRANSTORNO DE DEFICT DE ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE (TDAH)

Condutas Típicas/ Autismo, os Distúrbios de Conduta referem-se a padrões persistentes e repetitivos de comportamento humano que violam os direitos de outros, atuando por um período de seis meses, contra as normas apropriadas para a idade ou regras sociais. Os alunos que apresentam comportamentos inconvenientes ou inadequados, causando danos a si mesmos e aos outros, bem como prejuízo em suas relações no contexto em que vivem, podendo ainda apresentar dificuldades de aprendizagem.
Podem ser identificadores de Condutas Típicas. a falta com a verdade; pratica pequenos furtos (para chamar a atenção); grita, não fala; fala o tempo todo; fala sozinho; locomove-se o tempo todo; pratica auto-agressão (automutilação) e/ou agressão aos outros; recusa-se a seguir regras e normas estabelecidas; apresenta dificuldade de relação com os colegas e professores; demonstra ausência ou pouco contato visual; destrói propriedade alheia; apresenta desatenção; possui medos excessivos, fobias; realiza movimentos contínuos e repetitivos; apresenta comportamentos estranhos; vivencia comportamentos maliciosos, vingativos; fala de forma desconexa; faz birras constantes, cospe, morde, grita; evidencia comportamento de desafio e de oposição; realiza imitação excessiva das ações dos outros; incorre em choro/riso imotivados, e outras reações; recusa verbalizar; demonstra timidez excessiva.
Existem alunos com condutas típicas que necessitam de atendimento educacional especializado ou até mesmo um atendimento multiprofissional (Psicólogo, Assistente Social, Terapeuta Ocupacional, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Neurologista, Psiquiatra, entre outros), visando atender às necessidades do professor, da equipe pedagógica, do aluno e da família.
A sala de recursos de condutas típicas, é um serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado, o qual complementa o atendimento educacional realizado no Ensino Regular.
Classe Especial de condutas típicas, define-se Classe Especial como uma sala de aula em escola de Ensino Regular, em espaço físico e modulação adequados, com professor da Educação Especial que utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário, equipamentos e materiais didáticos específicos, conforme série/ciclo, etapas iniciais do Ensino Fundamental (1ª a 4ª série), para que o aluno tenha acesso ao currículo da base nacional comum. São classes criadas para o atendimento educacional de alunos cujo comportamento, e ou desenvolvimento, dificulte a aplicação do currículo em Classe Comum.
Já a Escola Especial oferta atendimento educacional especializado para alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e que requeiram atenção individualizada, bem como ajuda e apoios intensos na aquisição de habilidades básicas. A organização da Escola Especial deverá respeitar exigências da legislação vigente, que rege os aspectos estruturais, administrativos e pedagógicos.

SÍNDROME DE DOWN

Conhecida também por, Trissomia do cromossoma 21, a Síndrome de Down é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21 extra total ou parcialmente. A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal. Geralmente a síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. A síndrome de Down é geralmente identificada no nascimento.
Os indivíduos com Síndrome de Down apresentam certos traços típicos, como: cabelo liso e fino, olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos orientais), nariz pequeno e um pouco "achatado", rosto redondo, orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular, mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar única.
As crianças com Síndrome de Down não apenas levam mais tempo para se desenvolver e, portanto, precisam de um currículo mais diluído.
Desde o nascimento, a criança com síndrome de Down precisa de estímulos especiais voltados para seu desenvolvimento motor, cognitivo e de linguagem, e para sua sociabilização. É a estimulação precoce que pode facilitar sua inclusão na escola regular. Cada vez mais pesquisas tem sido publicadas e o conhecimento sobre as capacidades de crianças com Síndrome de Down e o potencial de serem incluídos com sucesso tem aumentado. Ao mesmo tempo, os pais têm se informado mais sobre os benefícios da inclusão. Além disso, a inclusão não discriminatória traz tanto benefícios acadêmicos quanto sociais.
Nesse sentido aluno Down devem ser incluídos nas escolas regulares, apesar da muitas debilidades e limitações são capazes de aprender e conviver no meio como qualquer outra pessoa. São inúmeros os casos e relatos de crianças e adultos com Síndrome de Down nas escolas, porém, quero descrever um desses relatos encontrado em: http://www.saci.org.br/?modulo=akemi¶metro=19598 que nos conta as dificuldades encontradas por uma mãe e uma filha na inclusão escolar.
"A luta de Catarina e Amanda, mãe e filha, começou de verdade quando Amanda precisava ser matriculada na escola regular. Para matriculá-la, foi preciso pesquisar em cinco escolas. Duas, incluindo uma instituição religiosa, negaram-se a aceitá-la. "Com meu filho mais novo, não tive dificuldade, Ele foi aceito no primeiro colégio", disse. Na primeira escola que estudou, ela passou oito anos. Amanda acompanhava as aulas de manhã e, à tarde, tinha aulas de reforço. "Mesmo matriculada, percebi que ela sofria preconceito dentro da própria escola, Senti vontade de tirá-la, mas para onde ela iria? Tive que engolir muito sapo até a minha filha saber ler e escrever", contou a socióloga.

Mas o sacrifício da mãe não foi suficiente. Amanda foi expulsa da escola, conseguindo entrar em outra, onde ficou por mais seis anos. O ensino médio foi feito num terceiro colégio. Mas, depois de enfrentar todas essas dificuldades, Amanda queria mais. Seu sonho era chegar à faculdade. "Sabia o que queria e fui atrás do meu sonho", ensinou. A mãe suou frio quando ela externou a vontade. Ela se inscreveu numa quinta-feira e prestou vestibular cinco dias depois. Apesar do nervosismo, não desistiu.

O tema da redação? Ela sabia de cor. "Era sobre preconceito", falou. Hoje, a estudante pernambucana quer ir além. Depois da graduação, já planeja especialização, mestrado. "Quero fazer o Brasil todo se emocionar com a minha história. É preciso confiar em si mesmo. E eu confio em mim".
Dessa forma, depois do relato acima, percebemos o quanto precisamos aprender a respeitar as pessoas que possuem “limitações” e acreditar e valorizar suas potencialidades.

AUTISMO

O autismo é uma deficiência de desenvolvimento que normalmente envolve atrasos e incapacitação nas competências sociais, linguagem e comportamento. O autismo é uma desordem que se manifesta em um espectro, o que quer dizer que afeta as pessoas diferentemente. Algumas crianças podem desenvolver a fala, enquanto que outras podem ter pouca ou nenhuma fala. Casos menos graves podem ser diagnosticados com Distúrbios Pervasivos de Comportamento (em inglês, Pervasive Developmental Disorder, ou PDD) ou com a Síndrome de Asperger (estas crianças têm tipicamente fala normal, mas eles têm muitos problemas sociais e comportamentais "autistas").
Os pais, irmão, amigos e Professores podem desempenhar um papel importante no apoio ao desenvolvimento de crianças com autismo. Crianças na idade pré-escolar típica aprendem primariamente brincando ou por jogos. Percebe-se que autistas apresentam, em geral, dificuldades frente aos métodos de ensino tradicionais, respondendo melhor a propostas de trabalho estruturadas, e a situações livres e a estímulos visuais que a estímulos auditivos.
Portanto, o a criança autista pode comprometer a aprendizagem escolar, se a escola não estiver preparada para ele, se a escola não tiver conhecimento de caso, para entender, incluir e promover situações que contribuam para a aprendizagem do aluno autista.
Segundo a psicogênese, o indivíduo é considerado como instrumento essencial à interação e ação. E como descreve Piaget, o conhecimento não procede, em suas origens, nem de um sujeito consciente de si mesmo, nem de objetos já constituídos e que a ele se imponham. O conhecimento resulta da interação entre os dois.
Assim, considera-se que a escola deve adotar uma proposta curricular, que se baseie na interação sujeito objeto, envolvendo o desenvolvimento desde o começo.
É importante que o profissional promova o desenvolvimento da aprendizagem nas situações diárias da criança, e a evolução gradativa da aprendizagem deve ser respeitada. Não é adequado pular etapas ou exigir da criança atividades que ela não possa realizar, pois estas atitudes não trazem benefícios à criança e ainda podem causar-lhe estresse.
Alguns princípios básicos devem ser considerados em relação ainda ao ensino de crianças especiais como as portadoras de síndrome de Down: as atividades devem ser centradas em coisas concretas, que devem ser manuseadas pelos alunos; as experiências devem ser adquiridas no ambiente próprio do aluno; situações que possam provocar estresse ou venham a ser traumatizantes devem ser evitadas; a criança deve ser respeitada em todos os aspectos de sua personalidade; a família da criança deve participar do processo intelectivo.

TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma constelação de problemas relacionados com falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Esses problemas resultam de um desenvolvimento não adequado e causam dificuldades na vida diária.
Na escola, o relacionamento da criança com os colegas, pode sofrer dificuldades e preconceitos. Visto que tais crianças são consideradas “avoadas”, “vivendo no mundo da Lua” ou “estabanadas” “bicho carpinteiro”, “ligados a motor” e outros. Dessa forma, as crianças com esse tipo de transtorno sofrem muito com tais acontecimentos, e muitas vezes se culpam e irritam consigo mesmo. Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, e com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos (“colocam os carros na frente dos bois”).
O que se sabe sobre os portadores de TDAH é que ocorre uma alteração na região frontal e nas suas conexões com o resto do cérebro. O que parece estar alterado nessa região é o funcionamento de substancias químicas conhecidas por, dopamina e noradrenalina que passam informações entre as células nervosas.
Acredita-se que o TDAH, não ocorre por questões de hereditariedade e sim por influencias ambientais mais precisamente com a família. O sujeito aprende a se comportar de acordo com o que vê os pais, isto excluiria o papel de genes.
No caso do TDAH, assim como na maioria dos transtornos de comportamento, não podemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. Vale ainda salientar que existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar e abuso de álcool e drogas nos familiares portadores de TDAH.
Pesquisas apontam que mães alcoolistas têm mais chance de ter um filho com problemas de hiperatividade e desatenção. A maioria desses estudos nos mostram apenas uma associação entre estes fatores, mas não mostra uma relação de causa e efeito.
Há ainda casos raros de pessoas que adquirem tal problema por intoxicação por chumbo, porém, são raros os casos. Problemas familiares podem agravar o quadro dos portadores de TDAH, mas não causa-los.

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO

Dabrowsky, psicólogo polonês, identificou cinco áreas de superexcitabilidade: psicomotriz, sensorial, intelectual, imaginativa e emocional. Chamou este processo de desintegração positiva porque o crescimento e o desenvolvimento delas era acompanhado de angústia e ansiedade. As superexcitabilidades são uma elevada habilidade inata para perceber estímulos e responder a eles.
Renzulli conclui que a superdotação é relativa ao tempo, às pessoas e às circunstâncias, isto é, os comportamentos superdotados têm lugar em determinadas pessoas (não em todo o mundo), em determinados momentos e em determinadas circunstâncias (não em todo o tempo ).
Gardner apoiou seus antecessores, como Thurstone e Guilford, procurando complementar alguns pontos: a não-inclusão dos fatores biológicos da inteligência, não problematização da criatividade, insensibilidade aos papéis socialmente valorizados. Assumindo que o mapa cerebral sugere áreas distintas de funcionamento inteligente, conclui em seus estudos, divulgados em 1983, que existem tipos de inteligências independentes.
Segundo Sternberg a superdotação seria uma síntese de sabedoria, inteligência e criatividade. Sabedoria emanada da teoria do equilíbrio de interesses existentes e a seleção de novos ambientes; inteligência como a capacidade de maximizar pontos fortes e compensar as debilidades; criatividade como decisão de superar obstáculos e assumir riscos.
Considerando os pressupostos acima acredita-se que superdotação não esta relacionada somente a inteligência acadêmica e que a mesma pode apresentar diversas formas de se manifestar: musical, corporal - sinestésica, espacial, naturalista, entre outros. Conceituar superdotação não é uma tarefa fácil, depende muito de cultura e época.
Segundo o Conselho Brasileiro para Superdotação – ConBraSD, O superdotado/talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que, quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias áreas:
• Acadêmica: tira boas notas em algumas matérias na escola – não necessariamente em todas – tem facilidade com as abstrações, compreensão rápida das coisas, demonstra facilidade em memorizar etc.
• Criativa: é curioso, imaginativo, gosta de brincar com idéias, tem respostas bem humoradas e diferentes do usual.
• Liderança: é cooperativo, gosta de liderar os que estão a seu redor, é sociável e prefere não estar só.
• Artística: habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humores através da arte, dança, teatro ou música.
• Psicomotora: Habilidade em esportes e atividades que requeiram o uso do corpo ou parte dele; boa coordenação psicomotora.
• Motivação: torna-se totalmente envolvido pela atividade do seu interesse, resiste à interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça para atingir a perfeição, e necessita pequena motivação externa para completar um trabalho percebido como estimulante.
Então se faz necessário as escolas valorizarem as inteligências múltiplas de seus alunos. A avaliação precisa ser realizada de forma diferente, não com definições isoladas, mas sim como um todo. Ao invés de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma atividade de desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos ou até mesmo na interação com o outro na sua motivação e outros.
Todas as pessoas necessitam serem respeitadas, e gostam de ser reconhecidas. A não valorização das inteligências múltiplas na escola pode trazer transtornos para o aluno, que ao invés de motivá-lo, pode surtir um efeito contrário o de desmotivação. O aluno pode se irritar brigar com colegas, não atender regras, simplesmente porque não é reconhecido e nem entendido na escola. Muitas vezes essas atitudes é uma forma de dizer “ Ei! estou aqui, já estou cansado de aprender as mesmas coisas...” O que acontece é que o desenvolvimento mental do superdotado foge a sintonia dos demais. Seu desenvolvimento intelectual e emocional normalmente não é compatível com a sua idade, o que gera uma inconexão em relação aos seus colegas: eles podem ser muitos hábeis em ciências e não se interessar pelas demais disciplinas curriculares, por exemplo, podem tirar notas baixas ou não gostar do estudo formal.
A instituição escolar precisa se dispor de materiais didáticos apropriados para cada habilidade. Além disso, precisa apresentar flexibilidade curricular para os que já dominam os conteúdos que estão sendo abordados e adequação nas avaliações que, muitas vezes, priorizam a progressão de série.
O aluno deixaria de ser um mero espectador, passivo, receptor de ideias previamente produzidas por outras pessoas. O maior interesse seria justamente o de induzir os estudantes a buscar e produzir os conhecimentos conduzidos pela batuta do maestro em exercício, ou seja, o professor.
A escola específica para essas crianças é aquela onde devem ser respeitadas as necessidades educacionais de cada uma delas, esses alunos, como especiais, precisam de atenção e de cuidados educacionais adequados à sua condição.
Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina mas não somente , à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está inserido e as condições individuais do aluno.
Cabe então à escola se adequar a realidade de seus alunos, para não correr o risco de tachar ou colocar a culpa no aluno quando quem precisa mudar sua maneira de ver as coisas não é o aluno e sim a própria escola.

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